10/05/2005

Can't fix you

O peso de viver angustiado por não aceitar e não compreender porque é que as coisas seguem estúpidas lógicas de raciocinio, o peso de não suportar o vago que se tornou esperar por ti, o peso de suportar esta estúpida dor que não passa, não evolui, mas que me esmaga e não me deixa respirar!
Hoje disse-te não! E agora, ansiosamente espero-te só, triste... envergonhado porque não tenho o poder de admitir o que sou e como me sinto. A noite passa vagarosamente, sem pressa... o pânico instala-se, a dor persiste... Temo não passar disto, viver à espera que mais uma noite passe e que o sol nasça e com ele venha o alívio de dizer que vou ter um dia melhor que o que passou.
Espero ociosamente que algo caia do céu, sem mover uma pedra por medo de que, ao move-la, tudo se esvaia e eu fragilmente me instale em todos os medos que tenho afastado e que me perseguem.
Gostava de me abstrair, ser arrogante, pensar só em mim... de ter o tudo que é tão pouco para o que tu tens. Hoje não quero pensamentos positivos, hoje não quero dizer que sei o que tenho a fazer, que sei que passos tomar para melhorar... hoje vou ser fiel ao que senti e dizer-te que me revolta o que sinto, me revolta pensar tanto em ti e em como atinges a perfeição sem que o percebas. Quero fugir, quero começar do zero, mas não posso. Assemelho-me a um pequeno passaro recém-nascido que espera ansiosamente que a mãe lhe venha depositar pequenos tragos de felicidade na boca. Esses pequenos tragos continuam a não resultar e por isso continuo a escrever sobre ti... Quero-te só para mim, exijo a tua atenção, a tua credibilização!
Já me habituei à dor, a não me soltar, a não atingir qualquer potencial! Não quero a salvação... quero perdoar, quero redimir-me... mas preciso de força ... a força que eu não sei onde se vai buscar e tenho muito medo que não exista!!

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